Eleições em Porto Alegre

Muitas pessoas resolveram reduzir o embate do próximo domingo como sendo mais uma disputa entre essas duas correntes do pensamento político. Não acredito que esse assunto possa ser mensurado dessa forma, muito embora, ninguém negue que o Marchezan seja representante daquilo que se conhece por direita e o Melo, o seu oposto.

Longe desta conotação, prefiro enxergar esse confronto como o duelo entre um projeto restaurador, que teve início com o Fogaça, e projeto surpresa, forjado pelo PSDB.

O Fogaça, quando se elegeu prefeito, derrubou uma trajetória de 16 anos do PT e restabeleceu as condições necessárias para que Porto Alegre pudesse continuar acreditada junto a instituições financeiras internacionais. Depois veio o Fortunati e, nessa sequência, aparece o Melo. Eu o conheço e tenho a convicção de que ele é capaz de fazer uma boa prefeitura.

O projeto do PSDB não é o que aparenta ser; Ele é guiado por um grupo chefiado por Aécio Neves, que tem pretensões de vir a concorrer para a presidência do país. O Marchezan faz parte deste projeto; receio que a prefeitura de Porto Alegre seja apenas usada para que seja alcançado o grande objetivo do grupo tucano.

Em minha opinião, Porto Alegre precisa de um gestor que queira embelezá-la, torná-la a cidade que todos esperamos; ela não pode ser apenas um trampolim, nossa cidade precisa ser o grande objetivo do administrador.

Longe de ser uma simples disputa entre a direita contra a esquerda, as eleições deste final de mês colocam frente a frente um projeto que, um dia, restaurou o crédito em nossa cidade, e outro, cujo foco principal não é Porto Alegre.